sábado, 15 de março de 2014

O caderno de Maya

Decidi escrever alguma coisa sobre os livros que leio, assim que os termino, para não me esquecer da história. Não é nenhum crítica, review ou coisa do tipo, apenas impressões, pontos a destacar sobre o enredo, sobre algum personagem.
Vou começar com o Caderno de Maya, que terminei já tem mais de uma semana...
De verdade, não recomendo a leitura para quem não gosta de spoiler. São posts um tanto quanto egoístas, que talvez possam interessar a alguém, mas esse nem é o objetivo. O objetivo, já disse, é não me esquecer das histórias.

Sinceramente, Maya Vidal, protagonista, para mim, era uma garota mimada sem muita força de vontade, o estereótipo da pessoa que foi criada pelos avós durante a infância e na transição entre adolescência e vida adulta se perdeu. 
Chorei de verdade quando a avó, Nidia, implora para que Maya tome juízo, "pela memória de Popo", como Maya carinhosamente chamava seu avô. Se eu fosse ele, assistindo à degradação humana por que ela passa, certamente ficaria muito decepcionado. Não é o que Isabel Allende pareceu querer passar. De certa forma, Popo aparenta sempre estar presente, mesmo no mais baixo nível que Maya consegue chegar, protegendo-a. 
Não gosto de pessoas como Maya, que fazem más escolhas e culpam o mundo pelo rumo que suas vidas tomam. Tudo bem que uma hora, olhando para trás, admite que ela mesma era a responsável pelo seu destino. Mas até ela cair em si, ela já tinha quase perdido a sua dignidade.
Eu gostei é de Nini, a avó. Por ser dura e doce ao mesmo tempo. Pode até ser que Popo a estivesse protegendo o tempo todo e tenha lhe proporcionado uma infância repleta de boas memórias. Mas se não houvesse um pulso firme como de Nidia, eu não creio que Maya teria alguma salvação. 
O pai de Maya existe, e é tão ausente como personagem no livro como é na vida de Maya. A mãe, então, nem se o diga. 
Mas eu gostei muito do livro. Maya é uma personagem que não foi feita para a gente se apaixonar ou sequer torcer por ela. É alguém para não se espelhar. É alguém que está aí para mostrar que nossas decisões têm repercussões, têm peso, e podem destruir nossa vida. E o livro está aí para mostrar que a vida não é fácil mesmo. 
Por trás desse drama todo vivido, ainda tem 2 histórias paralelas muito boas, a que explica do quê Maya fugia, enquanto escrevia em seus cadernos, e a verdadeira história de sua família; um segredo que Nini escondeu por anos até de seu próprio filho, o pai de Maya (sério mesmo, não me recordo o nome dele - ora, que me importa?). 

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