terça-feira, 6 de maio de 2014

Do que eu falo quando eu falo de corrida

Livro de memórias do romancista Haruki Murakami (1Q84), Do que eu falo quando eu falo de corrida, conta como ele se tornou escritor e porque começou a correr. Ao longo da jornada que traçou para si, foi inevitável relacionar a corrida com a escrita: "A maior parte do que sei sobre escrever ficção aprendi correndo todos os dias". Em resumo, eu poderia dizer que a persistência de quem corre deve ser a mesma de quem deseja escrever um romance. Para mim, a essência do que o autor quer passar com seu relato encontra-se na seguinte frase, já ao final do livro: "Para conseguir captar alguma coisa de valor, às vezes você tem de realizar atos aparentemente ineficientes". Como corredora (não uma corredora séria, dentro dos critérios de Murakami, mas que vai um pouco além de apenas correr "de brincadeira"), consigo entender as comparações. Infelizmente isso não necessariamente me torna uma boa escritora em potencial, mas, como eu mesma destaquei com a frase, devo ainda acrescentar o óbvio: escrever e correr são dois desses atos aparentemente ineficientes. Se os frutos dessa persistência serão bons ou não na verdade não importa muito. O que importa é quem você se torna no curso da maior corrida que tem de enfrentar: a vida. 

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